sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Tempestade Vindoura

Segui ao escritório do representante da Mansão Sabina, no quinto andar de um prédio de escritórios. Devido à minha pressa, a conversa foi curta. Usando alguns de meus poderes, o convenci facilmente a me dizer o que eu queria. Infelizmente, não descobri muito... A mansão não tinha sido alugada na última quarta-feira, de forma que não havia nenhum registro sobre atividades nela. Além disso, o próximo uso da mansão seria só na semana que vem, de forma que, ou os vampiros tinham algum acesso especial a ela, ou se tivessem que aluga-la só o fariam quando nosso prazo já estivesse esgotado. Agradeci ao homem, apagando parte de suas memórias para que se lembrasse de mim apenas como um interessado em alugar a mansão, e parti. Ao entrar sozinho no elevador e verificar a ausência de câmeras, me concentrei no apartamento de George, abrindo um portal para o local e o atravessando.
Ressurgi na escurecida sala de estar de George Matos. Segui em direção ao escritório, onde os outros estavam. Anunciando minha chegada, Al-Malik foi o primeiro a perguntar sobre meu sucesso. “Infelizmente, não encontrei nada. Os vampiros aparentemente têm acesso livre à Mansão Sabina, mas não se escondem lá. Não é possível seguir seus rastros por lá... Ou melhor, poderia ser possível, mas vai levar mais tempo do que dispomos”.
“Tivemos um pouco mais de sorte”, disse Samuel, com alguns papéis na mão. “Parece que George estava estudando as posições das crias de Gudrun na cidade. Ele estava anotando posições de contatos. Asphael encontrou os documentos”.
“Eu apenas consultei aqueles que poderiam saber onde estavam”, murmurou o Arcanjo.
“Certo”, disse Samuel em resposta a Asphael, continuando em seguida: “mas o importante é que há um vampiro que, segundo os relatos de George Matos, não é uma das crias de Gudrun, mas tem muito conhecimento acerca delas. Não só isso, mas foi ele quem levou Gudrun ao Profeta Louco em primeiro lugar”.
“E como encontraremos este vampiro?”, perguntei.
Samuel sorriu ao responder, seus olhos brilhando em determinação: “Aí está o mais interessante, Nicodemus. Parece que Gudrun resolveu se livrar da criatura após ter conseguido a posição de Patriarca. George estava oferecendo abrigo a ela em troca de informações sobre Gudrun. Ele está sendo escondido num armazém no Morro dos Cabritos”.
Não foi preciso muito para que saíssemos dali, mas não antes de Samuel coletar toda a papelada sobre vampiros e ligar para a polícia, dando uma denúncia anônima sobre o local. Saindo pela varanda do apartamento, erguemo-nos nos céus, protegidos da visão alheia pelos poderes de Lorde Asphael. O ar estava mais frio agora, e o céu mais obscuro. Uma ventania soprava e no horizonte os primeiros relâmpagos iluminavam o véu negro que vinha do leste.
“Philipe!”, gritou Samuel, tentando superar o som constante do vento, enquanto voávamos para noroeste. “Isto tudo é obra de Shiva?”.
“Sim”, respondi, “mas isto é apenas o começo”.
Os ventos incomodavam, atrapalhando o vôo. Karina preferiu baixar a altitude, voando entre os paredões de prédios, sobre as grandes avenidas. Não demorou até que o Morro dos Cabritos se aproximasse, analisando o aspecto rochoso e, ainda assim, verdejante. Por um momento, me lembrei de histórias de Karina, na qual ela me contava das trilhas e caminhos pelo morro, e pela vista magnífica que era possível ter ao se alcançar o Mirante de Sacopã. Porém, não era o morro em si o nosso destino, mas uma comunidade ali localizada. Uma favela, como tantas outras no Rio.
Deixando a proteção dos paredões de edifícios, o vento forte nos atingiu novamente. Karina parou, por um momento analisando o conjunto de casas abaixo, procurando, com os olhos e com suas habilidades inatas, o nosso destino. Ela apontou a direção, chamando a nossa atenção, e mergulhou rumo a um pequeno galpão, talvez com 15x8 metros, quase nos limites da favela. Pousamos pouco após os pés de Karina tocarem o chão de terra nos fundos do galpão. As asas da Supervivente desapareceram, e ela imediatamente cobriu as costas nuas com a jaqueta.
Havia apenas uma porta nos fundos. As únicas janelas estavam a mais de dois metros e meio de altura, com aparência retangular, longas e finas. Os vidros as mesmas estavam quase todos rachados ou quebrados, mas tábuas de madeira tinham sido pregadas pelo lado de dentro, a fim de evitar invasores. Aproximei-me da porta, mexendo na fechadura apenas para confirmar que ela estava trancada. Comecei meu rito para destranca-la, mas a mão de Al-Malik tocou meu ombro. “Não faça isso”, pediu o Malaki. “Eu abrirei nossa própria porta, mas evitemos que a luz solar entre. Precisamos dele vivo”. Concordei, e Al-Malik caminhou até a parede, tocando-a gentilmente. Imediatamente, a parede ondulou, conforme um portal interligava ambos os lados. Al-Malik pôs-se de lado, para que Samuel fosse o primeiro a entrar.
“Segure isto por favor, Philipe”, pediu o Sancti, entregando-me a pasta em que ele guardara os papéis de George Matos. Então, Samuel desembainhou sua espada, atravessando o portal. Em seguida, entrei eu, e depois Asphael e Karina. O Malaki passou por último, o que fez com o que o portal se fechasse assim que ele chegasse ao interior do armazém.
O ambiente estava escuro, embora uma luz fraca entrasse pelas frestas entre as tábuas que tapavam as vidraças quebradas. Se fosse um dia ensolarado, certamente a luz solar impediria que um vampiro permanecesse aqui durante o dia, já que as estantes vazias e as caixas jogadas no chão não ofereciam qualquer proteção adicional. O local parecia abandonado há anos. “Que lugar”, murmurou Karina, checando o chão e as paredes próximos, “deve haver muitos ratos por aqui”.
Al-Malik fechou os olhos. “Ele está próximo, abaixo de nós”, revelou. “Eu sinto”. O Malaki abriu os olhos, procurando qualquer passagem para o subsolo. Caminhamos próximos a eles, todos atentos a qualquer movimento ao redor, ou a qualquer sinal de uma passagem. Vez ou outra, o som de um rato correndo entre o entulho no chão chamava a atenção, mas nada que pudesse dispersar nossa concentração.
“Karina”, perguntou Samuel, “você pode encontrar a passagem?”.
A Supervivente respondeu, mantendo-se atrás do Sancti: “Estou tentando, Sam, mas sempre que me concentro na direção a seguir, meus instintos apenas apontam para o subsolo. É difícil se concentrar numa passagem pequena. É fácil achar um local ou um caminho, mas posso encontrar apenas direções gerais”. De repente, ela parou, se afastando um pouco dos demais, o que atraiu os olhares de todos. “Esperem”, ela pediu sussurrando, “talvez nossos observadores possam nos dizer”.
“Observadores?”, perguntou Samuel.
Karina fez um sinal gentil para que houvesse silêncio, e então se abaixou, ajoelhando-se próxima a uma pilha de entulho. Houve um silêncio inicial, mas em seguida pequenos sons vieram da pilha. Diversos pares de olhos começaram a aparecer, conforme meia dúzia de ratos e algumas ratazanas rastejaram para fora do entulho, aproximando-se da Celestial. Karina estendeu a mão, e um dos ratos menores subiu sobre a palma dela. Karina se levantou, seus olhos fixados no rato, e então ela se virou para nós. “Eles indicarão o caminho”. Então, ela se abaixou novamente, colocando gentilmente o rato no chão.
Os ratos correram para o centro do galpão, forçando-nos a apressar o passo para acompanha-los. Por pouco não os perdemos de vista, embora Karina parecesse ser capaz de segui-los por puro instinto. A Supervivente parou entre duas estantes, próximas ao centro do local, e fitou o chão. Os ratos já desapareciam entre o lixo e as caixas vazias espalhadas ao redor. Alguns entraram por pequenos buracos no chão. Porém, era clara uma argola de metal presa ao assoalho. “Aqui!”, revelou Karina, abaixando-se para agarrar a argola e então a puxando com força. O alçapão não se abriu, porém. “Pesado demais”, revelou a Celestial.
“Com licença”, pediu Samuel, se abaixando para agarrar a argola. Imediatamente, senti a aura invisível do Sancti se intensificar, conforme energias celestes percorriam seu corpo e aumentavam suas forças. Samuel fez força, e o alçapão se moveu, mas ainda assim não abriu. “É pesado demais para um ser humano erguer”, disse, “e há alguma espécie de tranca muito resistente”.
Eu não podia usar meu truque para abrir a tranca sem poder toca-la, mas certamente podia tentar outra coisa. “Então, abriremos a tranca”, eu disse, fechando meus olhos e abrindo-os para ver o mundo dos espíritos. E murmurei, embora meu murmúrio fosse um pedido em voz alta para os elementais ali presentes. “Eu humildemente peço, guardiões da terra e do ferro, que aquilo que bloqueia nosso caminho seja aberto”. Um som metálico se seguiu, conforme uma superfície de metal deslizava abaixo do alçapão. Em seguida, Samuel foi capaz de erguer a pesada passagem de pedra, camuflada sob um aparentemente fino assoalho de madeira.
“Tomem cuidado lá embaixo”, disse Samuel, seus olhos começando a brilhar dourados, conforme ele descia os degraus de pedra sob o alçapão. Abaixo, a escuridão era plena e densa. Um a um, o resto de nós seguiu o Sancti, cada um usando seus poderes para ver na escuridão. Dez degraus abaixo, estava o chão. O teto não era alto, a cerca de 1,90m de altura, de forma que Samuel teve de curvar-se para a frente e manter a lâmina da espada pendente para a frente, a fim de se movimentar sem que a arma tocasse o teto. Assim que todos já estavam no subsolo, formamos um círculo, a fim de podermos cobrir todas as direções. A princípio, não vimos nada, a não ser muito entulho, mas em uma área mais limpa estavam um saco de dormir abandonado, algumas velas, uma mochila e alguns livros. O subsolo era grande, um pouco menor em área que o galpão acima.
“Apareça!”, ordenou Al-Malik, “Nós temos perguntas a fazer!”.
Um som crescente foi a resposta. Ouvimos o entulho ser revirado, conforme dezenas de ratazanas começaram a surgir, algumas surgindo do lixo, outras vindo de buracos nas paredes e no teto.
“Eu conheço um bom remédio contra pragas, Anunnaki”, ameaçou Samuel, “mas receio que você não vai desejar ver fogo em seu lar”.
Karina levou a mão ao peito de Samuel. “Não, Sam”, ela pediu, então falando em voz alta para o vampiro: “Seus lacaios não vão nos atacar. Você deve estar percebendo isto”.
“Buscamos Hagan Gudrun e suas crias”, disse Asphael Veritas, sua voz baixa e calma. “Conte-nos o que precisamos saber e partiremos em paz”.
“Por que buscam Gudrun?”, uma voz ecoou. A voz era masculina, mas cheia de medo, e de certa forma parecia inofensiva.
“Para destruí-lo”, disse Samuel.
“Você é o caçador! Você é o caçador!”, disse o vampiro, sua voz mostrando certo temor. Então, sua forma surgiu, conforme os ratos e ratazanas lhe deram passagem. Ele parecia vir da escuridão, formando-se lentamente, revelando um homem magro, de braços finos e aspecto pálido e fraco. Seus olhos brilhavam vermelhos, e suas presas se destacavam entre os dentes. Seus cabelos eram longos, loiros e lisos, mas caíam desarrumados sobre a face, e alcançavam seu peito e a metade de suas costas. O vampiro vestia uma blusa de frio vermelha, e uma calça negra. “Então, meu velho amigo estava certo, afinal!”.
“Seu... velho amigo?”, perguntei.
“O Profeta Louco! Sim, o Profeta Louco!”, o monstro respondeu. “Ele falou de sua vinda e do caos que se seguirá!”. Então, como se as palavras fossem sussurradas em seus ouvidos, o vampiro repetiu uma profecia: “E na Cidade Maravilhosa, haverá uma grande guerra. E uma tempestade de Sangue cairá quando os Mortos Famintos se erguerem. E então um Caçador solitário trará fogo purificador e às suas costas virão os Anjos de Deus. Quando o Inferno vier a Terra, o Momento Final chegará. E a minha vida estará condenada, bem como as suas almas!”.
“Você conheceu o Profeta?”, perguntei, compreendendo as palavras do vampiro. “Essas foram as palavras dele?”.
“Eu o encontrei, eu o guardei, entendi a preciosidade dele! Eu vi a luz que emanava de dentro de seu corpo moribundo! Os espíritos dos mortos se agrupavam ao redor dele, e de sua boca saíam apenas profecias enlouquecidas!”, respondeu o vampiro. “E eu o abriguei, até que o padre o tomasse de mim! Maldito seja ele!”.
“Quando isso aconteceu?”, perguntei.
O vampiro nos deu as costas, pensativo, mas ainda assim respondeu em voz alta: “Anos atrás. Dois anos? Não me lembro, mas eu me lembro das palavras traiçoeiras de Hagan Gudrun. Ele me fez contar tudo! Eu queria libertar o Profeta. Gudrun me traiu, mas eu ainda sei como me vingar...”.
“Diga-nos como encontrar Gudrun e libertaremos o Profeta”, pediu Al-Malik, prometendo em seguida: “Faremos com que o bruxo encontre seu fim merecido”.
“O Profeta não deseja ser encontrado”, disse o vampiro, “não por vocês”. Então, ele nos encarou novamente, erguendo a voz, e repetindo palavras que ouviu anos atrás: “O Profeta disse: ‘E minha vida nada vale, a não ser como mais um Selo. Pois um Selo os trancou, e agora eu sou o Selo que o tranca. Minha morte abrirá o caminho. Minha alma não deve ser liberta. Minha existência será tortura eterna. Melhor me condenar a esta carne, com as memórias do que Ele fez, do que condenar a todos ao toque da podridão. Eu não posso morrer. Eu não posso viver’”.
“Conte-nos, por favor”, pedi. “É importante! Podemos impedir que o pior aconteça, se tivermos o tempo necessário para isso. Queremos libertar o Profeta! Mas precisamos fazê-lo esta noite, ou será tarde demais!”
“NÃO!”, gritou o vampiro, “Você não me ouviu? Estas foram as palavras dele! Hagan Gudrun precisa ser destruído. Mas o Profeta não deve ser salvo!”.
Al-Malik deu um passo a frente. “Não há verdade em sua alma que eu não possa retirar”, disse o Malaki, “e não há palavras neste mundo que irão nos impedir. Eu não sinto nenhum ódio por você, nem desejava ter de força-lo, pois isso irá corroer minha consciência por dentro. Mas por Deus e pelo Profeta, eu o farei”. O vampiro rosnou, mostrando suas presas, mas nervosamente recuando. Al-Malik deu um novo passo, mas então a mão de Asphael Veritas tocou seu ombro. O Malaki se virou para fitar o Arcanjo.
“Não deixe que o desespero controle suas ações, Anjo da Verdade. Deixemos que a Verdade fale por nós”, disse o Arcanjo, que então caminhou em direção à Cria de Lucifugo.
“O que você quer?”, indagou o monstro, recuando.
“Mostrar a você aquilo que meu Mestre me mostrou há muito, muito tempo atrás”, respondeu Lorde Asphael. “Mostrar a você o que precisa ser liberto”. O vampiro tentou recuar, mas então os olhos de Asphael brilharam intensamente, e a criatura parou, boquiaberta. Sem demonstrar qualquer reação, o vampiro deixou-se tocar. A palma da mão direita de Asphael repousou sobre a testa do vampiro, e após alguns segundos, a criatura caiu de joelhos, chorando lágrimas de sangue. “Qual é seu nome?”, perguntou Lorde Asphael Veritas.
“Eu me chamo Santiago... Santiago de Lacerda Neves”, disse o vampiro, pouco contendo o choro.
“Somos irmãos, Santiago Veritas, filhos do mesmo Mestre”, respondeu Asphael, “Como eu, você foi tocado por ele, foi guiado por ele. Agora você entende o que nós buscamos libertar”.
“Eu entendo”, respondeu o vampiro. “Eu não sei onde Hagan Gudrun se esconde, mas minha vingança me levou até duas de suas crias. Eu sei onde se escondem”.
“Onde?”, perguntou Al-Malik.
“Eles são chamados de Gêmeos, e são os principais carrascos a serviço de seu criador. Eles se escondem em Botafogo”, respondeu Santiago.
Em seguida, ele nos contou tudo. O endereço, a casa em que os dois se escondiam, a segurança de que dispunham. Após nos contar, nós deixamos o vampiro em paz, deixando-o em seu refúgio sombrio. Ainda assim, uma questão ainda me incomodava, e, conforme subíamos as escadas de volta para o galpão abandonado, perguntei a Lorde Asphael: “O que mostrou a ele?”.
“Apenas minhas memórias”, respondeu Asphael Veritas. “Eu mostrei a grandiosidade que desejávamos libertar, aquele que se esconde sob o Profeta Louco”.
Eu parei, observando Lorde Asphael, enquanto Samuel e Al-Malik tratavam de fechar o alçapão que levava ao esconderijo do vampiro. “Como era Veritatis, Asphael?”, perguntei, pela primeira vez pensando no lado humano de um Primus.
“Como nenhum outro ser que conheci, Mestre Nicodemus”, disse Asphael, num tom saudosista, distante, “Ele parecia ter a natureza e o mundo espiritual como parte de si. Sua serenidade e sabedoria não conheciam limites, e sua busca por conhecimento era uma paixão mais poderosa do que qualquer lâmina ou qualquer palavra. Conhece-lo era como ter ao seu dispor conhecimento infinito e ilimitado e, ao mesmo tempo, alguém que o instigasse à busca e à contemplação. Ele era um pai, um mentor e um amigo e por ele eu daria minha vida”.
Eu parei para pensar naquelas palavras, invejando em silêncio as memórias que Asphael pode ter passado para o vampiro. Ao mesmo tempo, eu não podia deixar de pensar que tais revelações possam ainda transformar a criatura em algo menos inumano. O Arcanjo chamou-o “Veritas”, um privilégio que poucos Celestiais já tiveram. O que o futuro poderia reservar a esse Santiago?
Um trovão ecoou, distante, tirando-me de meu estado pensativo, forçando-me a retornar à realidade. Eu fitei as frestas entre as tábuas que cobriam as vidraças do local. “Está muito escuro lá fora”, murmurou Samuel. “E são quatro horas da tarde, em pleno verão”.
Eu então disse a mim mesmo, mas alto o suficiente para que todos ouvissem: “Em breve, estará tão escuro quanto à noite. Nosso tempo está quase acabando”. Então, pedi: “Vamos, a busca continua”.

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